sábado, 13 de outubro de 2007

Depois de 50 mil kilometros.

Como contar uma viagem de dois anos?
Bom, de repente eu poderia falar sobre os lugares que estive, dizendo o quão fascinado fiquei aos pés do Uluru, uma montanha sagrada de uma única rocha bem no meio da planície do deserto australiano, ou falando da frustração que é conhecer o Opera House, tão pequeno qdo comparado com os prédios e a ponte que está ao seu lado. Mas contando dessa forma não tem emoção... Ah, para emocionar então, posso relembrar a vida tão difícil que tive, fosse durante os trabalhos, lavando 1267 pratos, descascando 20 kilos de cebola, matando lagostas e picando 10 kilos de tomate dia, ou fosse durante as férias tendo que desatolar o carro de rios com crocodilos, praias com a maré subindo e terrível experiência de não ter água para beber em caminhada de 6 dias por montanhas num calor de 35 graus. Bom, se bem que pensando melhor, não foi tão difícil assim e também essa viagem ainda não é só isso.
Ah, mas é claro como não falar das Pessoas. Dos aborígenes, por exemplo. Um povo tão excluído socialmente, 100% subsidiado pelo governo, que a única motivação é beber. Ou ainda os indianos, que vivem em Durban, povo muito trabalhador e sofrido que era levado à África como escravos, mas hoje eles representam 10% da população e por ser um povo unido e determinado, estão hoje, numa posição social melhor do que a dos próprios africanos... Mas não se compreende pessoas se não conhecemos sua Cultura, como os tchecos e sua tradição por bebida. A República Tcheca é o país que mais consome cerveja per capita no mundo, só perdem para os, eternos inimigos, Alemães por causa da Oktoberfest, qdo enche o país de turistas. Além da cerveja tem um delicioso destilado de damasco, Slibobtyka, que mesmo com os seus 40 e poucos % alcólico, é introduzida na vida dos tchedos desde os 12 anos de idade, numa festa onde os meninos tem que derrubar uma árvore e as meninas tem que matar e preparar um porco... Mas é realmente imprescindível que eu fale da Natureza para se ter um panorama básico dessa viagem, como de Lesotho e seu relevo que varia de 1300 à 3200 metros a cima do mar, constituindo um País único e magnífico, extremamente frio, tendo, durante o inverno, noites abaixo de zero sempre e também extremamente difícil de se locomover, com estradas que desaparecem em meio de buracos.
Mas para tangenciar td isso que entregar algo concreto que foi construído, com as Pessoas, Cultura e Natureza que me acompanharam nesta viagem. Agradecendo especialmente Jiri Suchomel, Marek Súkovitý e Roger Benet, três grandes amigos que estiveram comigo em boa parte dessa jornada e me ajudaram a construir uma lista com os melhores filmes que já assistimos.
Aqui mostro a foto de parte desta lista.

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